Fonte: gerado por Leonardo.Ai em 20/08/2025

Vivemos em uma época em que produzir, registrar e armazenar informações se tornou quase inevitável. Fotos, mensagens, áudios, documentos em PDF, notificações que não param de chegar, tudo isso ocupa memória e espaço em nossos aparelhos eletrônicos. Para algumas pessoas, fazer uma “faxina” nos arquivos digitais tem se tornado cada vez mais difícil. Esse fenômeno, nomeado como acumulação digital, vai além de uma simples desordem tecnológica: ele revela traços profundos de nossa relação com o tempo e com o modo de experimentar e fruir em sociedade. Mais ainda, mostra como estamos lidando com a memória e o esquecimento.

O Transtorno de Acumulação já foi reconhecido como um quadro autônomo no campo da psicopatologia. Ele aparece pela primeira vez como diagnóstico independente no DSM-5 lançado em 2013, portanto, estamos falando de uma patologia relativamente recente, com pouco mais de 20 anos. Descritivamente, caracteriza-se pela dificuldade persistente em descartar ou desfazer-se de pertences, acompanhada de um sofrimento significativo nesse processo e da percepção de necessidade em guardá-los. A acumulação também resulta, necessariamente, em obstrução e congestionamento de áreas em uso, comprometendo funcionalidade do ambiente (como salas completamente tomadas por objetos). Mas será que podemos estabelecer um paralelo direto entre esse transtorno e a acumulação digital? Há semelhanças, mas também limites importantes a considerar.

A acumulação digital dialoga com uma nova gramática social do sofrimento psíquico em tempos de produção ininterrupta de pegadas digitais. Em um presente acelerado, onde o passado se torna obsoleto rapidamente e o futuro aparece carregado de incertezas, acumulamos registros digitais como forma de ancorar a experiência e tentar fixar o instante que já nasce ameaçado de desaparecer. Refletir sobre o fenômeno da acumulação digital é pensar em como nossa sociedade vem produzindo modos de vida que se articulam a novas patologias do social. Viver, cada vez mais, parece configurar-se como um ato automático de transformar memória em arquivo e experiência em dado.

Foi a respeito desse tema que conversei com o jornalista Léo Marques, do VivaBem (UOL), onde aprofundei os impactos da acumulação digital na saúde mental e nas formas de vida contemporâneas. A entrevista completa pode ser conferida a seguir. A reportagem final, com colaboração de outros pesquisadores, você pode ler clicando nesse link.

UOL – O que caracteriza um acumulador digital e por que isso é hoje considerado um transtorno psicológico?

Leandro Groba – Para responder essa pergunta é preciso dar um passo atrás. Primeiro, é necessário entendermos o que significa o termo acumulador digital e onde ele se insere na quinta edição revisada, e mais recente, do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais 5-TR (DSM-5-TR), lançado no Brasil em 2023.

O Transtorno de Acumulação é um diagnóstico alocado no grupo do Transtorno Obsessivo-Compulsivo e Transtornos Relacionado dentro do DSM-5-TR. Não é exagerado dizer que ele é um transtorno novo. Até o DSM-4 a acumulação não era um transtorno autônomo, ela era compreendida como sintoma do Transtorno de Personalidade Obsessiva-Compulsiva e, de forma menos direta, do Transtorno Obsessivo-Compulsivo, o TOC. O Transtorno de Acumulação só aparece como um quadro independente pela primeira vez no DSM-5, lançado em 2013. Estamos falando de uma patologia com pouco mais de 20 anos. Entre o DSM-5 e o DSM-5-TR não houve alteração nos critérios diagnósticos do Transtorno de Acumulação, permanecendo igual em seu cerne.

Sobre a pessoa acometida pelo Transtorno de Acumulação, descritivamente, estamos falando de  alguém com dificuldade persistente em descartar ou de se desfazer de pertences, fruto de uma necessidade percebida de guardar os itens e com a presença de sofrimento ao descartá-los. Um critério interessante elencado pelo DSM-5-TR é que a acumulação resulta em uma obstrução e congestionamento de área em uso, comprometendo sua utilização (por exemplo as salas completamente tomadas por objetos acumulados). Também é necessário haver um sofrimento significativo ou prejuízo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida da pessoa. Esses são os critérios que devem ser todos preenchidos para falarmos de um Transtorno de Acumulação.

Fonte: Kelly Cristina da Silva – Uol

Por sua vez, o termo acumulação digital apareceu pela primeira vez em 2015, em um curto artigo intitulado “Um caso de acumulação digital”, de autoria de Martine Bennekom, Rianne M Blom, Nienke Vulink e Damiaan Denys. Nesse trabalho, os autores apresentam o caso de um homem de 47 anos, que detinha os diagnósticos de autismo e transtorno de acumulação. Entretanto, o que levou o paciente a ser visto, pela primeira vez na literatura, como um acumulador digital foram suas fotografias digitais, fruto de um hobby que desenvolveu após ganhar uma máquina fotográfica digital. Segundo o artigo, ele fazia até 1000 fotos por dia.

O fotógrafo amador, relata a pesquisa, tinha dificuldade de descartar essas fotos, pois compreendia que o ajudava a revisitar sua memória. Para acomodar todas as fotos foram necessárias 4 memórias externas. Na tentativa de arrumar as fotos, ele gastava até 4 horas por dia. Os pesquisadores defenderam em seu trabalho o paralelo entre a acumulação digital e a acumulação de objeto físicos, igualando dificuldade de manejo e organização das fotos em um computador com o manejo e organização de objetos dispostos em um ambiente físico. Também igualaram o mal-estar causado pela desorganização com as fotos ao sofrimento psíquico fruto das acumulações de objetos.

A partir desse estudo de 2015 e com a crescente intensificação da vida digital, agravada pós pandemia de Covid-19, o termo acumulação digital tem se popularizado e vem sendo usado para descrever uma gama de fenômenos modernos. Entretanto, esse debate não foi incorporado pelos grupos responsáveis pela revisão do DSM-5-TR, que preferiu manter a característica da acumulação somente em objetos físicos.  

UOL – Quais são os sinais e comportamentos mais comuns que indicam a presença desse transtorno?

Leandro Groba – O Transtorno de Acumulação é descrito pela mais recente edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais 5-TR (DSM-5-TR) por meio da dificuldade persistente de descartar ou de se desfazer de pertences, independente do seu valor econômico. Revender um carro usado ou jogar fora um ingresso de um show é igualmente difícil. Essa dificuldade se deve a uma suposta necessidade de guardar os itens e, também, pela existência de sofrimento no momento de se desfazer deles.

Esses comportamentos geram duas consequências. A primeira é a obstrução e congestionamento do ambiente onde os objetos são depositados (salas, quartos, garagens). A segunda é um sofrimento significativo ou prejuízo na vida social, profissional ou em outras áreas importantes para a pessoa com o Transtorno de Acumulação.

Todas essas características devem estar presentes para fecharmos um diagnóstico de transtorno de Acumulação.

O acumulador digital, por sua vez, apresenta um comportamento similar, mas no campo digital. Ele acumula fotos, emails, entre outras coisas, de forma indistinta. Se desvencilhar desses dados também gera sofrimento.

Alguns comportamentos como dificuldade em se desfazer de objetos e arquivos que não tenham mais utilidade, pois são percebidos como coisas que poderão ter utilidade em um futuro incerto, podem ser vistos como sinais. Ressaltando que cada caso deve ser visto como um caso único e deve ser avaliado por um profissional capacitado. Chamar o colega de acumulador pois este se nega a se desfazer das várias fotos desfocadas do carnaval de 2019 não é sensato.

Uol – Quais fatores psicológicos ou emocionais podem levar uma pessoa a acumular excessivamente arquivos digitais?

Leandro Groba – Essa é uma pergunta excelente. O modo que atualmente está se apresentando as novas formas de acumulação (como a digital) tem relação direta com dilemas de nosso tempo. Ou seja, o acumulador não deve ser visto como um portado de um fator intrapsíquico que o predispõe a se comportar desta forma. Desde Freud já sabemos que cada período histórico, com sua forma de dar sentido e explicar as relações sociais/existenciais, produz formas particulares de adoecimento. Podemos, com isso, analisar um tempo histórico a partir das patologias comuns aquele período. Isso pode ser visto nos dados recém divulgados pelo Ministério da Previdência Social sobre afastamento de trabalho fruto de depressão e ansiedade no Brasil. O Brasil mais do que duplicou o número de afastamentos entre 2013 e 2024. O nosso tempo tem nos adoecido de uma forma nunca antes vista. Esse contexto tem convocado a sociedade a pensar o sofrimento psicológico também por meio de sua relação com as questões de nosso tempo. É urgente que passamos a compreender a gramática social do sofrimento psíquico.

O caso da acumulação digital é um exemplo desse momento. Atualmente vivemos uma modalidade de presentismo (um alargamento do momento presente), que concomitante com os apelos incessantes por sensações e emoções forte – “Just do it” -, produz impactos devastadores no psiquismo das pessoas. O eterno presente é resultado da trituração do passado, aquilo que aconteceu a 30 anos é tão distante quando a pandemia ou mesmo o Oscar do filme “Ainda estou aqui”. Tudo obsoleto.

O futuro é incerto e catastrófico. Crise climática, reforma da previdência, guerras, ascensão da necropolítica, pandemias, estamos vivendo um momento de profundas mudanças nos pactos sociais, perda de referências e garantias. O que vemos em frente produz, como apontam os dados do Ministérios da Previdência Social, ansiedade e depressão.

Nos resta o presente, esse que nunca acaba e se transforma em obsoleto tão rápido quanto um story do Instagram. Por isso, somos impelidos a registrar o presente como uma forma de nos lembrar que estamos vivos e vivendo. E como evoluímos tecnologicamente para acumular esses dados! Se no início dos anos 2000 um pen drive de 126 megabytes era algo considerado suficiente para a maioria das pessoas, hoje em dia 500 gigabytes ou mesmo 1 terabyte é pouco para salvar as milhares de fotos e vídeos que temos nos celulares. Com um toque no celular eu consigo disparar uma sequência de 20 fotos e escolher entre elas a que melhor irá registrar esse momento.

Então, se desejamos pensar quais fatores psicológicos ou emocionais podem levar uma pessoa a acumular excessivamente arquivos digitais, temos que avaliar o que tem provocado as pessoas a gerarem cada vez mais dados e pegadas digitais. Ao mesmo tempo, analisar o que isso tem a ver com a forma de vida cada vez mais conectada e dependente de intermediações das redes sociais.

Uol – Como o acúmulo digital pode impactar a saúde mental de um indivíduo a curto e longo prazo?

Leandro Groba – Como aponta o DSM-5-TR, o acúmulo patológico deve necessariamente envolver um sofrimento significativo ou prejuízo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas significativas da vida do indivíduo. Sem eles, não dá para falar em Transtorno de Acumulação.

Então, estamos falando de uma psicopatologia que tem entre seus critérios diagnósticos o impacto na saúde mental de um indivíduo em um curto prazo. Este impacto está diretamente relacionado ao sofrimento experimentado pelo acumulador ao tentar se desfazer das coisas acumuladas.

Ao longo prazo, dependendo do que está sendo acumulado e caso o acumulador não esteja se tratando com um profissional da área, as consequências podem ser enormes. A capacidade de desorganização financeira, profissional e pessoal de um perfil acumulador sem tratamento é alta.

Uol – Como o uso constante da tecnologia e a cultura de “guardar tudo” contribuem para o desenvolvimento desse transtorno?

Leandro Groba – A tecnologia e a cultura do “guardar tudo” têm impacto direto do fenômeno descrito como acumulação digital. A facilidade de acesso a recursos tecnológicos com um latifúndio de memória possibilita cada vez mais um acesso quase ilimitado de armazenamento. A memória disponível e acessível na nuvem está estilhaçando nosso freio para acúmulos de arquivos digitais.

Agravando mais ainda o quadro, armazenamos dados que nem sabemos que estamos armazenando. Emails, fotos, histórico de conversas, áudios, vídeos, tudo fica salvo em nossos aparelhos eletrônicos como um lixo digital que denuncia nossas pegadas no mundo virtual.  Nosso tempo empurra as pessoas ao um padrão de comportamento acumulador. Se emails são documentos válidos em processos jurídicos e fotos são provas de que eu estou vivo nas redes sociais, por qual motivo uma pessoa iria querer apagar esses arquivos? O que precisamos é de mais espaço na nuvem! E vamos produzir mais arquivos, guardar mais emails, acumular mais fotos. Se nesse meio do caminho eu ainda conseguir comprar um celular ou um computador que me destaque entre as pessoas, posso transformar o ato de tirar uma self em uma declaração de status social. Perfeito, o ciclo está fechado: consumismo e acumulação.   

Como o presente é nosso escape para um passado cada vez mais obsoleto e um futuro devastador, nos resta tentar eternizar com 500 fotos aquele passeio na praia e postar em um carrossel de quase 20 de fotos no Instagram. É impensável hoje em dia registrar uma festa com dois rolinhos de filmes de 36 poses. Não. Hoje alguns eventos estão hospedando sites para que todos possam postar as fotos que estão fazendo da festa, como se duas festas estivessem existindo, a presencial e a online. A festa tem que existir nos dois mundos, a pessoa tem que estar nos dois mundos. E no final de semana seguinte será a mesma coisa. Que não nos falte espaço!

Fonte: Dalmir Reis – Propagandas Históricas

Uol – O acúmulo digital pode afetar a produtividade e a organização no trabalho ou na vida pessoal? Em que medida?

Leandro Groba – Para o Transtorno de Acumulação, aquele que trata de objetos físicos, podemos sim falar em um prejuízo na produtividade e na organização, na medida em que, para fechar esse diagnóstico, é necessário a constatação de um sofrimento significativo ou prejuízo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas significativas da vida do indivíduo. Na subcategoria acumulação digital, segundo os autores responsáveis pela sustentação da equiparação entre a acumulação digital e o Transtorno de Acumulação, também é possível ver um desdobramento na produtividade e na organização. Mas vale chamar a atenção para a necessidade de sabermos distinguir o acumulo de dados digitais de nossos tempos com o acumulo característico de um perfil deste Transtorno. Essa ressalva é importante para não acharmos que por termos milhares de fotos em pastas em nosso computador, email cheio e uma área de trabalho do laptop desorganizada somos acumuladores digitais. Não é tão simples. Todos os critérios para delimitar uma Transtorno de Acumulação devem estar presentes e serem devidamente avaliados por um profissional capacitado na área.

Uol – Quais são as estratégias ou terapias mais eficazes para ajudar pessoas a lidar com o transtorno de acumulação digital?

Leandro Groba – A estratégia mais indicada e eficaz ainda é o reconhecimento do problema por parte do acumulador e a busca por um profissional da psicologia para começar um tratamento. Um tratamento sério, feito por um profissional da psicologia, com comprometimento do paciente, tem as condições necessárias para reverter a questão da acumulação.

Aqui vale fazer uma ressalva para um quadro que está afetando a área da saúde mental, onde se encontra a psicologia. Estamos vendo diversas pessoas oferecendo serviços que prometem resolver ansiedade, vícios, depressões, entre outros problemas de saúde mental, em um curto espaço do tempo se você seguir um determinado caminho. Essas pessoas têm feito cursos (quando fazem) pontuais, sobre algum tema da psicologia e estão abrindo clínicas oferecendo “terapias”. São cursos que não são regulamentados pelo Ministério da Educação, as vezes oferecidos por pessoas que não são psicólogas ou psicólogos, alguns realizados até em igrejas. Isso é algo grave! Quem busca ajuda por conta de uma sofrimentos psíquicos ou comportamento disfuncional para um familiar, um amigo ou para si mesmo, busca um profissional capacitado, formado e especialista na área. O que está acontecendo é que estamos encontrando espaços semelhantes a uma clínica psicológica que apelam para uma propagando que afirma curar pessoas com um transtorno qualquer. Esse tipo de propagando, inclusive, é vedada ao profissional da psicologia pelo Conselho Federal de Psicologia. A pessoa que se encontra fragilizada, ávida para se livrar daquela situação que a faz sofrer, é fisgada por essas “terapias” que, em muitos casos, realizam um tipo de aconselhamento moral por meio de práticas não cientificas. Por isso, alerto as pessoas que buscam por profissionais da psicologia para lidar com suas questões: busquem se informar se aquele profissional que você vai contratar realmente é formado em psicologia. Saúde mental é coisa séria. Não aceite ser assistido por alguém que não seja formado na área.

Uol – Poderia trazer algumas dicas práticas de como gerenciar e eliminar a desordem digital?

Leandro Groba – Uma parte significativa do mal-estar relacionado ao acumulo digital está em organizar a quantidade de dados (emails, fotos, textos, áudios, etc) que produzimos em nosso dia a dia. A cada semana de trabalho, a cada viagem, a cada passeio, produzimos uma grande quantidade de informações digitais que necessitam de organização e seleção. Construir uma rotina de organização desses dados tem sido cada vez mais necessário. Sabe quando a gente reserva um dia para arrumar o armário? Sabe aquele dia que vamos tirar tudo de dentro do armário, limpar, descartar o que não tem mais necessidades, separar as roupas que não combinam mais com a gente e doar, organizar as gavetas e roupas penduradas? Sim, nossos celulares, tablets, emails e computadores também precisam disso. Uma dica prática é estabelecer um momento, uma tarde, para organizar seus dados digitais. Estabelecendo essa organização, quando houver a necessidade de utilizar algum arquivo digital, como para uma seleção de emprego, concurso ou mesmo quando quiser rever a foto daquele dia que você foi a praia com seus amigos, você saberá onde encontrar e não passará horas vasculhando aparelhos e pastas.

Uol – Você enxerga uma tendência de crescimento desse transtorno devido ao aumento do armazenamento em nuvem e do acesso ilimitado a informações digitais?

Leandro Groba – Sim, vejo. Os arquivos e dados digitais que produzimos voluntária e involuntariamente têm apresentado uma tendência de crescimento na medida em que nos tornamos cada vez mais conectados e migramos para o digital. Aquele antiga pasta de documentos que nossos pais guardavam no armário e que tínhamos que ter cuidado, foi substituída por uma pasta na área de trabalho do computador com arquivos em pdfs. Isso facilita a vida, mas ainda necessidade de cuidado e organização. A cultura do “guardar tudo” gera um padrão de acumulação e uma relação de apego com arquivos e dados desnecessários. Se tudo parece ser importante, precisamos cada vez mais de espaço na nuvem, emails com mais memória de armazenamento, hds externos e computadores com muitos terabytes de espaço. Vivemos um contexto em que o consumismo e acumulação estão provocando impactos profundos na forma que interagimos entre nós e com o mundo. Precisamos de mais espaço, mais memória interna naquele celular, precisamos postar mais, demonstrar que estamos felizes e vivendo, mesmo que isso não reflita o que realmente estamos passando. Estamos construindo uma forma de utilizar os recursos tecnológicos que está nos empurrando para um padrão de acúmulo que tem como desdobramento psíquico o padrão de acumulação digital, mas também outras patologias  como transtorno de ansiedade,  transtorno obsessivo-compulsivo, transtorno dismórfico corporal, entre outros.

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